Lembras-te ?

Sinto que nestes últimos dois anos estou sempre a regressar aqui, para depois voltar a ir embora. Ainda não encontrei o equilíbrio perfeito da minha alma, para me conseguir entregar ‘de vez’ a este lugar. Sei-o porque a necessidade de escrever está aqui, mas não consigo. Eram tantas as palavras, dolorosas, que eu escrevia ultimamente que agora tenho medo que se voltar a fazê-lo possa acordar toda a dor de novo. Tudo porque a primeira pessoa em quem penso sempre que venho aqui és tu, e serás toda a vida. Este blog tá cheio de memória, de coisas nossas, de ti. É isso: está cheio de ti. Transbordas em cada palavra, em cada vírgula do que aqui está e a saudade que isso me faz sentir torna-se de tal forma insuportável que as únicas palavras que eu consigo escrever são sobre ti, sobre a falta que me fazes. Sobre a falta que o nós me faz. E como este equilíbrio da alma que falo ainda não foi estabelecido não sei se este coming back é com a duração de um ano, de meses, ou só do tempo de fazer esta publicação e voltar a fechar isto por mais uns tempos. Apenas sei que precisava disto. E acredita que eu sei o quão ridículo é continuar a escrever aqui, para ti, como antes fazia, e imaginar que estás desse lado a ler, como sempre estavas. Eu sei. Mas quantas coisas sabemos serem ridículas e mesmo assim fazemos? Eu faço imensas. E a tua ausência é o melhor exemplo que podia usar. Por isso cá estou, não mudo nem uma vírgula do que aqui foi gravado porque tal como na minha vida não posso apagar o passado também aqui não o vou fazer, até porque estas palavras servem para me fazer ver que os erros que eu cometi vão estar sempre comigo, são uma marca que nunca se apagará, e repeti-los não honraria em nada os sacrifícios que um dia fizeste para ficar. Porque fizeste. Lutaste muito mais por mim do que um dia alguém lutará. A tua partida foi isso mesmo: mostrares que não era uma batalha para ser vencida por ti mas sim por mim. E todos os dias da minha vida são para ti, dedicar-te-ei a minha essência até ao último dia. Caso estejas aí desse lado, agarrado ao computador, vou contar-te um segredo que vai ficar só entre nós: o meu amor é inexoravelmente teu, vai ser sempre. Com toda a força do mundo. Remember prince ?


Já tinha saudades tuas blog :)

Um coração livre para um novo olhar... *


Foi tempo de estar. Estar só comigo. Foi tempo de olhar para as pequeninas coisas e perceber que existe nelas um mundo. Foi tempo de percorrer a cidade com um novo olhar. Tempo de (re)visitar cada cantinho com um novo coração. Um coração aberto para acolher tudo de bom que a cidade tinha para mim. Foi tempo de perceber que quando somos muito felizes num sitio, não quer dizer que um dia não possamos ser ainda mais felizes nele. Foi tempo de silêncios, de pausas, de encontro. Foi tempo de perceber que sou muito mais forte do que penso. Foram dias de me curvar ao teatro, de subir e descer a Avenida vezes sem conta, de cantar o fado em Alfama, de Pastéis e Starbucks, de ver a cidade do alto do Castelo, de (re)pisar a outra margem, de falar com desconhecidos no metro e de voltar a andar de barco. Foi o meu tempo de dançar na rua e de perceber que a cidade é muito mais bonita quando chove. Foi tempo para mim, só para mim e para (re)descobrir uma imensidão de novos sentimentos. Foi tempo de estar perto mas saber que o melhor é estar longe. Foi tempo de perceber que fugir anulou-me a capacidade de decidir o que é o certo para mim. Foi tempo de resolver, de certezas, e de decisões. Foi o tempo que me fazia falta. 

Lisboa, Outubro de 2012
Um muito obrigado ás pessoas incríveis que me 
patrocinaram esta viagem á volta de mim. 
Love you both *