muitas recordações, tempo perdido, palavras que já foram esquecidas, e silêncios longos, demasiado longos. perdemos-nos no mundo. soltamos lágrimas, saramos feridas, e eu? eu, percorri vezes sem conta sentimentos sumidos e almas completamente quebradas. no final acabaram por ser mais fortes as despedidas do que as vitórias. estivemos muito perto do paraíso mas ainda mais perto da realidade, rimos vezes sem conta da mesma piada e choramos sobre factos consumados. dissemos muita coisa sem significado e fizemos promessas que não conseguimos cumprir. juntos perdemos a noção do tempo e do espaço, andamos por cidades vagas, sem qualquer brilho que se curvavam ao nosso amor. o teu rosto o meu corpo, o beijo, o abraço, a cumplicidade única, tudo estava entregue nas mãos do destino. vivemos aquilo que se chama primeiro amor, seja lá o que isto signifique. sei que fomos frutos do acaso, do encontro 'sem contar'. viciados em emoções, nas nossas emoções. e hoje que não te vejo, não te toco, hoje que já não me lembro do som da tua voz, hoje eu sei que ainda continuamos ligados. ligados por um passado, por todos os planos que fizemos para o amanhã. vou ter saudades. tenho saudades. e é nelas que mato o tempo. mas eu sei. eu sei que o segredo para ser feliz está em libertar-me deste passado.
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